Caderno Teológico

Blog do Missionário Andrew Comings

De Onde Vêm os Direitos Humanos?

Ontem, dia 10 de dezembro, marcou sessenta anos desde a adoção da Declaração Universal de Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas. É um documento idealista, cheio de esperança e otimismo pelo futuro.

E fútil.

A história mundial desde a adoção da declaração tem mostrado a futilidade de seus ideais. Guerras, genocídio, opressão, crueldade–palavras que caracterizam os eventos que seguiram este ato da ONU. Como é que um documento dessa, tão cheia de boas intenções, apoiado pela maioria daos países do mundo, chega a ser tão inútil?

A resposta é principalmente teológica.

Vamos examinar o primeiro artigo da declaração:

Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Nascem livres porque?  Quem concede a igualdade e os direitos?  Dotados de razão e consciência por quem?

Esta afirmação forma o alicerce do documento. E nele encontramos a sua deficiência. Compare a frase a cima com a abertura do documento que serviu de modelo para a ONU, a Declaração de Independência escrito por Thomas Jefferson em 1776:

Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.

Temas semalhantes, esperanças quase iguais, mas com uma grande diferênça. No documento norteamericano, a base da igualdade do homem é Deus. No da ONU, a base é o próprio homem.

Meu alvo não é uma defesa dos EUA. Sei que a história, antiga e recente, do país é repleta de injustíça, atos de violência, e opressões. Os próprios fundadores do país muitas vezes não praticavam o pregaram. O próprio Thomas Jefferson, por exemplo, era dono de escravos.

Neste aspecto os dois documentos são parceiros na sua hipocresia. Veja esta cidação do preâmbulo da Declaração de Direitos Humanos:

…Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade…

Aqui se refer ao barbarismo da Alemanhã do Hitler e seus crimes contra judeus, entre outros grupos. Mas presente na assembleia que aprovou a adoção da declaração foi a União Soviética, então liderada por Josef Stalin, que não conheceu nem conhece igual quando fala em barbaridade. (obs. A União Soviética não assinou o documento.  Para uma lista dos países que assinarem, veja aqui.)

Depois da Declaração da Independência, a democracia se enraizou e cresceu na America do Norte. A escravidão foi abolido. A desigualdade foi aos poucos cedendo. As mulheres conseguiram o voto e outros direitos antes negados a elas. O país não é, nunca foi, e nunca será perfeito. Porem os princípios daquela declaração, baseado na crença de um Criador, tiveram e continuam tendo um efeito—nacional e mundialmente.

Isso porque os homens que bolaram este documento—mesmo os que não eram crentes confissionais—ainda entenderam que o valor do ser humano vem do fato que o homem foi criado na imagem de Deus.

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gen. 1:26-27)

A Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU, porem, nunca teve, e nunca terá, o mesmo efeito, pois a base do documento é o homem.  E o homem, quando tenta basear seu valor em si mesmo, vira um animal.

Para confirmar esta verdade, é só dar uma olhada na Revolução Françesa.  Liberdade, Igualdade, Fraternidade–e uma base filosófica completamente humanista.  O resultado foi um banho de sangue pouco igualado na história.

Voltando para a declaração da ONU, o fliósofo de teólogo Francis Schaeffer reconheceu a impossibilidade que é esta declaração de direitos humanos:

…quando estas nações que não têm base para procedimentos democráticos nos seus próprios países se juntam em organizações internacionais e nelas formam a maioria, nos enganamos ao pensar que não funcionarão da maneira que funcionam nos seus próprios países, mesmo se isso significa funcionar ilegalmente contra as constituições ou regimentos dessas organizações. (How Should We Then Live, 250, tradução do autor)

Sumarizando:

1. A declaração dos Direitos Humanos se baseia no homem, deixando para fora qualquer menção de Deus ou a criação.

2. A maioria dos países que supostamente aderam a este documento tambem não possúem a base bíblica do valor do ser humano.

3. Estes países usam a declaração para condenar os atos dos seus inimigos, mas não se aplicam os ideais a se mesmo.

O dever do crente é de proclamar o valor do ser humano, e lutar para os seus direitos, “falando a verdade ao poder” com ousadia sempre quando for necessário.

E não devemos nos iludir…A Declaração de Direitos Humanos, por ser baseado completamente no homem, não garante nada na vida real.

2 Comentários»

  raissa wrote @

não gostei de nada do que le

  EMILAYNE CHIARE wrote @

MUITO BOM


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